Ele é uma das personalidades mais queridas do bodyboarding mundial, fonte de inspiração para inúmeros praticantes e dono de uma linha impecável que consegue deixar qualquer amante do esporte de boca aberta. Com nove títulos mundiais somados a 21 vitórias na etapa de Pipeline, seu nome é Mike Stewart.

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Mike começou sua carreira nos anos 80, e a partir daí já iniciou a sua história quando venceu seu primeiro evento em Pipeline, Hawaii, arquipélago que o revelou e onde mora até hoje.

Três décadas depois da sua primeira vitória, prestes a completar 50 anos de idade no dia 17 de maio, ele é um veterano do circuito mundial, o atleta mais velho do circuito.

Toda essa idade lhe deu muita experiência, e a cada ano que passa Stewart consegue aprimorar ainda mais sua técnica e perfeição na água, com a saúde de um garoto e o surf que dispensa comentários.

Exemplo disso foi este ano, na primeira etapa do circuto mundial, em Pipe. O havaiano foi praticamente perfeito em todas as fases, sempre inovando na hora de entubar. Cheguei a ver pela internet ondas absurdas dele, como uma onda cascuda que ele dropou pra Pipe, deu um 360 no limite antes de entubar e saiu na baforada, propriedade de quem entende do assunto. E só foi barrado na semifinal, conseguindo a sétima colocação no evento.

Tive a oportunidade de competir com Mike uma vez em uma etapa do Mundial que teve aqui no Brasil, em Santa Catarina. Era uma semifinal homem-a-homem e fiquei um pouco ansioso para surfar, até porque o mar tinha altas ondas. Mike começou incrivelmente bem a bateria, já me colocando em combinação.

Tive uma boa reação, mas foi no fim da bateria e acabei perdendo. No entanto, fiquei feliz e amarradão por ter competido com essa lenda do bodyboarding. Ele acabou ficando em segundo, perdendo apenas para o capixaba Lucas Nogueira, fazendo a festa da torcida brasileira!

Uma das vitórias mais vibrantes e brilhantes - que eu tive a sorte de ver pessoalmente - foi em Arica, Chie, no ano de 2009. De uma forma espetacular, o mestre ganhou a etapa com tubos, el rollos e uma linha de onda impecável.

Além de atleta, Mike Stewart é empresário e possui marcas coligadas ao bodyboarding: Science, Gyroll e Viper. Todas elas são muito bem reconhecidas mundialmente. As três marcas patrocinam atletas brasileiros que vêm se destacando nos cenários nacional e internacional. João Luiz Zik, Kalani Lattanzi e Breno Kuster fazem parte do time da lenda.

Ao longo da sua bem desenhada carreira, o havaiano conquistou uma legião de admiradores pelo mundo. E um fato que me chamou muita atenção foi em uma etapa do circuito mundial em Arica, no ano de 2008. Um fã lhe pediu um autógrafo de mais ou menos um palmo no antebraço. Mike, sem entender direito, retribuiu e deu o autógrafo da forma como ele queria.

Pois bem... No dia seguinte, o admirador apareceu na praia com uma tatuagem no antebraço da mesma forma que Stewart havia assinado. Muita loucura! Mike ficou sem entender e, ao mesmo tempo, muito feliz pela homenagem.

Uma outra cena marcante de fã / ídolo que presenciei foi aqui em Salvador, quando o havaiano veio competir no Mundial na praia de Armação. Mesmo sem muito conhecimento do idioma inglês, um bodyboarder baiano, casca-grossa da antiga geração, chamado Zander Palma - muito fã de Stewart - foi até a praia para tentar conseguir uma aproximação maior com seu ídolo.

Quando viu Mike, acho que pela ansiedade de ver pessoalmente, começou a misturar o Inglês com o Português. Mike foi super tranquilo e muito carismático, dando um autógrafo e conversando com "Zanderline", mesmo sem entender tanto as palavras. E no final do campeonato, o bodyboarder baiano até recebeu um boné de Stewart, o qual deve guardar até hoje com muito carinho. 

Por toda a sua história, pelo seu surf muito bem definido e por ainda estar no Circuto Mundial, acredito que Mike consiga somar mais títulos até que um dia se aposente. Porém, já existe uma certeza: o havaiano será uma lenda e fonte de inspiração para muitos atletas e amantes do bodyboarding.

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