Com apenas 22 anos, ela já é bicampeã mundial, bicampeã latino-americana, bicampeã brasileira. Sim, Isabela Sousa é um verdadeiro fenômeno brasileiro.  

Clique aqui para ver as fotos

Nascida no Ceará, moldada nas águas da praia do Icarai, celeiro de grandes nomes do bodyboard como o pentacampeão brasileiro Roberto Bruno, Isabela ganhou sua primeira prancha de bodyboard quando tinha somente 11 anos.

"Foi paixão à primeira vista", contou a atleta no seu site, quando usou pela primeira vez seu novo brinquedo.

Belinha, como é mais conhecida entre os amigos, começou a competir no circuito brasileiro como amadora, aos 15 anos.

Com um surf muito diferenciado, Isabela chamava muita atenção na hora de suas baterias e todos na praia sempre paravam para reverenciá-la.
 
Lembro bem dessa época, até porque começamos a competir no circuito brasileiro quase no mesmo ano, e por incrível que pareça, ela sempre fazia uma nota 10 em quase todas as finais. Por consequência, sempre saía com o caneco na mão.

Até que no ano de 2005, Bela venceu quatro das cinco etapas do circuito brasileiro amador. A partir do ano seguinte, profissionalizou-se e começou a disputar o circuito mundial. Com pouca maturidade nas competições profissionais, belinha teve muito o que aprender.

Com o passar do tempo, depois de alguns tropeços em algumas competições, Isabela conseguiu assimilar toda a sua nova realidade como profissional e aos poucos foi ganhando muita experiência no circuito.

Um fato que surpreendeu a todos foi a coragem dessa guerreira para enfrentar ondas grandes. O que para muitos é um pesadelo, para essa cearense arretada, entrar em um mar enorme, porém com altas ondas, é sempre um parque de diversões.

Um exemplo disso foi a primeira vez que a atleta, aos 17 anos, foi ao Hawaii correr a primeira etapa do mundial, em Pipeline. O mar estava enorme, com cerca de 10 a 12 pés, e Belinha, sem medo algum e com muita radicalidade, só vinha em ondas da série, bem grandes.

Até que em uma das baterias nas finais, a atleta dropou uma onda grande e logo na cavada acabou quebrando a prancha de bodyboard ao meio (cena difícil de acontecer). Quando ela saiu da água, todos na praia começaram a aplaudi-la. Essa cena foi muito marcante, e com certeza quem estava nas areias de Pipeline jamais vai esquecer.

Depois de alguns anos como top 4, top 3 do mundo e adquirindo muita sabedoria nas etapas do Mundial, enfim, Isabela Sousa conseguiu, no ano de 2010, ser campeão mundial pela primeira vez.

Foi incrível! Com toda a certeza do mundo ela deve ter ficado muito feliz e muito realizada por ter conquistado esse título tão sonhado e cobiçado por todas atletas.

Por ter acompanhado o início da sua carreira e sempre ter visto-a passando por momentos de pura felicidade e também alguns momentos de mágoa - até porque só parei de competir em 2009 -, foi muito gratificante saber que ela estava no lugar mais alto do pódio.

No ano de 2011, a cearense, com performances incríveis como a da etapa em Porto Rico, surfou muito bem, fazendo uma das ondas mais fantásticas da competição, um tubo saindo com um lindo invertido aéreo. Ela apenas perdeu uma posição no ranking mundial no final do ano, terminando como vice-campeã.

Já em 2012, Bela foi impecável. Conseguiu, por mais uma vez, ser a melhor do mundo. A cearense foi recebida em sua terra natal da melhor forma possível, dando uma volta por boa parte da cidade em cima do caminhão do corpo de bombeiros, exibindo aos conterrâneos a taça do mundial. E finalizou com um belo discurso na secretaria do governo: "esse título é tanto de vocês quanto meu".

O tri não está tão longe de chegar, ate porque essa guerreira já começou o ano de 2013 com o pé direito, ganhando a primeira etapa do circuto mundial no Hawaii de forma magistral, sendo o grande destaque do evento.

Todos nós já escutamos a frase "O sol nasce para todos". Porém, para Belinha eu tenho toda a certeza de que o sol brilha com um pouco mais de intensidade. Ela já é uma referência no bodyboard mundial e acredito que ela será a atleta que conquistará mais títulos nesse esporte. É apenas o começo de uma grande história.