Atuação espetacular
Uri Valadão dá show e registra novo recorde de pontos no Sintra Pro
Com uma atuação sensacional nas difíceis ondas de até 2 metros que quebraram nesta sexta-feira, na Praia Grande, o baiano Uri Valadão roubou a cena no Sintra Pro, etapa do Mundial de Bodyboarding que acontece em Sintra, Portugal.
Inspirado e muito preparado para encarar a forte correnteza no pico, Uri comandou as ações do início ao fim, saindo na frente com 7.25 e disparando de vez na liderança com 9.50 e 9.00, totalizando 18.50 pontos em 20 possíveis, novo recorde de pontos do evento.
Em segundo ficou o chileno Alan Muñoz, tirando da prova o havaiano Sammy Morretino.
Na quinta fase, Uri vai encarar três verdadeiras pedreira: o basco Alex Uranga, o havaiano Dave Hubbard e o francês Amaury Lavernhe.
Os dois melhores avançam às quartas de final no formato homem a homem.
Ainda nesta sexta-feira, o baiano Gabriel Braga não conseguiu seguir adiante na Praia Grande e foi eliminado pelo compatriota Roberto Bruno e pelo português Miguel Adão.
No texto abaixo, nosso colaborador Henrique Machado analisa a bateria que marcou a despedida de Gabriel do Sintra Pro.
Mar mexidão, vento forte, ondas grandes, uns 2 metros, bem buracos, super pesadas. Uma máquina de lavar gigante. Já caí no Jardim e no Barravento assim, um pouco menor. Bateria de 35 minutos, começando dentro d’água, levados por jet ski. Gabriel Braga competiu contra Roberto Bruno e Miguel Adão.
Bruno começou com uma direita pesadíssima, tentou um rollo impossível (como disse o comentarista Dave Hubbard) e quase acertou. Foi tão pesado, que só pela tentativa os juízes deram 3,50 (vamos pensar nisso, juizada baiana). O português Miguel Adão mandou um rollo sólido, na boca, numa intermediária: 7,5. A bateria ficou parada durante 15 minutos, ninguém surfou. Miguel Adão ficou tentando entrar durante 20 minutos, o jet ski também tentou levá-lo para o outside, mas ele não conseguiu ficar no pico e desistiu quando ainda faltavam 8 minutos de bateria. Caminhando vindo de um local muito distante de onde entrou, dava pra vê-lo expressando com o braço: “não dá mais”.
Os três atletas (e todos os outros) sofreram muito com as condições do mar. Era impossível ficar parado no pico, até porque não havia um pico definido. Enfim Gabriel Braga achou uma direita promissora, fez sua bonita linha procurando o lip, mas só rendeu um invertido. Roberto Bruno achou uma menor pra esquerda, fez uma linha irada e mandou dois normais e dois bons rollos, tirou um 7,75, melhor onda da bateria. Bruno também saiu da bateria, faltando 5 minutos, encontrou com Miguel na areia e os dois ficaram “secando” Gabriel sozinho no pico.
Faltando pouco pra terminar e sem conseguir ficar parado devido à forte correnteza jogando pro lado esquerdo da Praia Grande, o baiano começou a tentar surfar umas do inside e deu um rolinho inexpressivo na esquerda. Dave Hubbard e o outro comentarista observaram o quanto longe Gabriel saiu do mar e a câmera veio abrindo o zoom, mostrando o baiano a cerca de 1km do palanque.
Na entrevista de vencedor da bateria, Roberto Bruno ressaltou o poder da mente: “O mar hoje tá apresentando condições bem difíceis. Muita correnteza, ondas com bastante força e não se ouve bem lá fora. Tanto que só fiquei sabendo agora que passei em primeiro e tô muito feliz. Eu acho que a mente é o mais importante. Você tem que acreditar que é possível, porque você toma muita onda na cabeça, você tem que querer de verdade.”
Quinta fase
1 Diego Cabrera (CNI), Roberto Bruno (BRA), André Bernardo (POR) e Miguel Rodriguez (PER)
2 Pierre Louis Costes (FRA), Iain Campbell (AFR), Miguel Coelho (POR) e Miguel Adão (POR)
3 Alex Uranga (ESP), Uri Valadão (BRA), Dave Hubbard (HAV) e Amaury Lavernhe (FRA)
4 Tristan Roberts (AFR), Maxime Castillo (FRA), Eder Luciano (BRA) e Alan Muñoz (CHI)
*Colaborou Henrique Machado.