Baiano voador
Uri Valadão concede entrevista exclusiva sobre o vice-campeonato mundial
Por: Victor Kruschewsky
Após uma belíssima vitória nas Ilhas Canárias e recém-chegado do Espírito Santo, Uri Valadão, 22 anos, mais conhecido como "baiano voador", fala sobre o vice-campeonato mundial 2007.
Um dos maiores ícones do bodyboarding brasileiro na atualidade, Uri esbanja estilo e fluidez na sua linha de surf e é um verdadeiro colecionador de títulos.
Tricampeão brasileiro pro, bi latino-americano e tetracampeão baiano são algumas das conquistas marcantes na sua carreira.
Uri finalizou sua participação no circuito mundial com uma atuação esmagadora nas Canárias, ao vencer a etapa e o campeão mundial, Ben Player, que ficou precisando de uma combinação de notas acima de 18 pontos.
Uri Valadão fala em entrevista exclusiva sobre sua vitória e sua trajetória em 2007 para o repórter Victor Kruschewsky.
Como é vencer o campeão do mundo dessa forma e ainda conquistar o vice-campeonato mundial? Você ligou a máquina, foi, voador?
(Risos) Tive que ligar a máquina, porque competir numa final homem-a-homem contra o bicampeão mundial naquelas condições não é nada fácil. Posso dizer que realizei um grande sonho na minha vida. Queria muito ganhar esse campeonato e não queria que acontecesse como os eventos anteriores, nos quais eu chegava até a final e não conseguia um bom rendimento na hora mais importante. Na verdade eu não estava pensando no ranking; queria ganhar o evento de qualquer jeito e só fui saber da segunda colocação no ranking depois. Estou muito feliz, foi um grande presente de Natal.
Sabemos que é uma estrada difícil, tem que ter muita dedicação. Como foi sua preparação para a etapa de El Confital?
Treinei muito aqui no Brasil trabalhando a parte física e mental, depois passei 10 dias no Chile disputando o Pan e aproveitei para treinar forte. Em seguida fui para as Ilhas Canárias. Cheguei uns 15 dias antes do evento e fiquei num ritmo de treino pesado com meu amigo canário Airam e com os amigos brasileiros Magno, Elmo e Luis.
Depois dessa etapa, sua imagem de ídolo se fortificou. Isso facilita seu acesso aos patrocinadores? Você viajou com total apoio de empresas?
Viajei pra variar com dinheiro de premiações dos campeonatos que conquistei durante o ano, infelizmente ainda não tive resultados positivos em relação a grandes patrocinadores, continuo em busca de novos investimentos.
Quem são os bodyboarders do tour que, em sua opinião, arrebentam mais?
Tâmega, Ben Player, Pierre, Magno, entre outros...
Como é sua preparação aqui no Brasil, seu dia-a-dia?
Faço Treino específico de competição, free surf, academia, corridão na praia, jogo tênis às vezes e, para relaxar, um cineminha.
Quem lhe dá mais suporte?
Minha família e amigos.
Como tudo começou, Valadão? Como foi sua evolução no esporte?
Início de 97. Meu irmão mais velho, Khael Valadão, me levava na praia pra me ensinar. Logo depois fui convidado por Márcio Torres e Alexandre Reis a entrar numa escola de bodyboarding gratuita na praia, na época chamada de 360 graus. Em seguida, Marcio resolveu fundar a Escola Gênesis, que funciona até hoje e continuo sendo um dos alunos. Sempre gostei de competir; logo no início, quando eu tava aprendendo as manobras básicas, entrei num campeonato, ganhei e me empolguei. Daí a coisa começou a ficar mais séria e “me joguei de cabeça”! De lá pra cá, nessa rotina de viagens e competições, fiz grandes amizades, conquistei grandes valores pra minha vida e títulos importantes pra minha carreira.
Quem são seus ídolos?
No bodyboarding, Guilherme Tâmega, Roberto Bruno e Zé Otavio. Em outros esportes, Roger Federer, Guga Kuerten, Ayrton Senna.
E seus principais adversários aqui no país?
São tantos que fica difícil falar. Mas lá vão alguns nomes: Tainan Monte, Luís Villar, Marcos Lima, Lucas Nogueira, Roberto Bruno, Israel Salas, entre outros.
Qual foi seu maior perrengue dentro d’agua?
Foi no Backdoor da praia do Catussaba, em Salvador, um fundo de pedra bem perigoso. O mar tinha uns 6 pés, com tubos enormes , só eu e mais dois amigos dentro d’agua. Estava começando a ficar muito à vontade no pico e fui dropar uma da série, a rainha, só que a correnteza me levou muito para trás do pico e eu não percebi. Quando estava dropando, no meio do caminho, me dei conta de que ali não era o lugar certo para dropar. Olhei na minha frente e tinha uma pedra enorme toda fora d’agua, foi tão rápido que minha reação foi colocar dentro do tubo e andar o máximo que eu conseguisse lá dentro para não me esbarrar na pedra. Foi o que aconteceu, dei muita sorte e sai inteiro. Mas foi o maior susto que já tomei.
Sabemos que um dos grandes problemas do bodyboarding é a falta de dirigentes. Muitos falam em panela, outros em falta de competência, organização e valorização. Na sua opinião, o que falta para termos uma base sólida com bons eventos, boa premiação, estrutura e dirigentes competentes?
Na verdade, como em qualquer outro esporte temos dirigentes competentes e outros incompetentes. Acho que neste momento o que mais precisamos são de grandes produtores de eventos. Quando os eventos começarem a tomar uma proporção maior, tenho certeza de que vão aparecer cada vez mais investimentos e aí as instituições têm que estar preparadas para administrar juntos com os atletas e tornar o bodyboarding um esporte justo. Nós, atletas, também devemos fazer nossa parte e fundar uma associação para poder reivindicar algumas coisas que não concordamos e sugerir outras que são importantes para o crescimento, como acontece no surf.
Fale um pouco do filme que você está fazendo. Vem surpresa boa por aí? Muitos picos? Altas voadas?
Bem, realmente tive uma idéia de produzir um vídeo, tenho ótimas imagens e só não sei ainda qual vai ser a linha do filme e também não temos ainda data para lançamento. Mas alguma coisa boa vem por aí!
E 2008, quais são seus planos?
Meu plano em 2008 é focar 100% no mundial. O circuito está crescendo bastante e é provável que aconteça muito mais etapas que 2007.
Manda um recado para a galera que lhe admira muito aí, voador.
Gostaria de agradecer a todos que torcem por mim e pelos outros brasileiros no mundial. Sinto-me muito agradecido pelo carinho das pessoas que estão sempre acompanhando minha trajetória nas competições, me dando forças e mandando energias positivas, isso me motiva bastante! Obrigado!
E para os empresários...
Espero poder contar com apoio de vocês para os próximos anos!
Ficha técnica
Nome: Uri Valadão
Idade: 22 anos
Patrocinadores: Gênesis e Kpaloa
Tempo de bodyboarding: 11 anos
Principais resultados: Vice-campeão mundial 2007, Campeão pan-americano 2006, bicampeão latino-americano, tricampeão brasileiro pro, tetracampeão baiano pro.
Comida preferida: Churrasco
Música: Rappa
Hobby: Surfar e jogar tênis
Família: União
Ídolos: Tâmega, Roger Federer, Guga Kuerten, Ayrton Senna
Manobra preferida: Normal aéreo
Maior sonho: Campeão mundial
Um dos maiores ícones do bodyboarding brasileiro na atualidade, Uri esbanja estilo e fluidez na sua linha de surf e é um verdadeiro colecionador de títulos.
Tricampeão brasileiro pro, bi latino-americano e tetracampeão baiano são algumas das conquistas marcantes na sua carreira.
Uri finalizou sua participação no circuito mundial com uma atuação esmagadora nas Canárias, ao vencer a etapa e o campeão mundial, Ben Player, que ficou precisando de uma combinação de notas acima de 18 pontos.
Uri Valadão fala em entrevista exclusiva sobre sua vitória e sua trajetória em 2007 para o repórter Victor Kruschewsky.
Como é vencer o campeão do mundo dessa forma e ainda conquistar o vice-campeonato mundial? Você ligou a máquina, foi, voador?
(Risos) Tive que ligar a máquina, porque competir numa final homem-a-homem contra o bicampeão mundial naquelas condições não é nada fácil. Posso dizer que realizei um grande sonho na minha vida. Queria muito ganhar esse campeonato e não queria que acontecesse como os eventos anteriores, nos quais eu chegava até a final e não conseguia um bom rendimento na hora mais importante. Na verdade eu não estava pensando no ranking; queria ganhar o evento de qualquer jeito e só fui saber da segunda colocação no ranking depois. Estou muito feliz, foi um grande presente de Natal.
Sabemos que é uma estrada difícil, tem que ter muita dedicação. Como foi sua preparação para a etapa de El Confital?
Treinei muito aqui no Brasil trabalhando a parte física e mental, depois passei 10 dias no Chile disputando o Pan e aproveitei para treinar forte. Em seguida fui para as Ilhas Canárias. Cheguei uns 15 dias antes do evento e fiquei num ritmo de treino pesado com meu amigo canário Airam e com os amigos brasileiros Magno, Elmo e Luis.
Depois dessa etapa, sua imagem de ídolo se fortificou. Isso facilita seu acesso aos patrocinadores? Você viajou com total apoio de empresas?
Viajei pra variar com dinheiro de premiações dos campeonatos que conquistei durante o ano, infelizmente ainda não tive resultados positivos em relação a grandes patrocinadores, continuo em busca de novos investimentos.
Quem são os bodyboarders do tour que, em sua opinião, arrebentam mais?
Tâmega, Ben Player, Pierre, Magno, entre outros...
Como é sua preparação aqui no Brasil, seu dia-a-dia?
Faço Treino específico de competição, free surf, academia, corridão na praia, jogo tênis às vezes e, para relaxar, um cineminha.
Quem lhe dá mais suporte?
Minha família e amigos.
Como tudo começou, Valadão? Como foi sua evolução no esporte?
Início de 97. Meu irmão mais velho, Khael Valadão, me levava na praia pra me ensinar. Logo depois fui convidado por Márcio Torres e Alexandre Reis a entrar numa escola de bodyboarding gratuita na praia, na época chamada de 360 graus. Em seguida, Marcio resolveu fundar a Escola Gênesis, que funciona até hoje e continuo sendo um dos alunos. Sempre gostei de competir; logo no início, quando eu tava aprendendo as manobras básicas, entrei num campeonato, ganhei e me empolguei. Daí a coisa começou a ficar mais séria e “me joguei de cabeça”! De lá pra cá, nessa rotina de viagens e competições, fiz grandes amizades, conquistei grandes valores pra minha vida e títulos importantes pra minha carreira.
Quem são seus ídolos?
No bodyboarding, Guilherme Tâmega, Roberto Bruno e Zé Otavio. Em outros esportes, Roger Federer, Guga Kuerten, Ayrton Senna.
E seus principais adversários aqui no país?
São tantos que fica difícil falar. Mas lá vão alguns nomes: Tainan Monte, Luís Villar, Marcos Lima, Lucas Nogueira, Roberto Bruno, Israel Salas, entre outros.
Qual foi seu maior perrengue dentro d’agua?
Foi no Backdoor da praia do Catussaba, em Salvador, um fundo de pedra bem perigoso. O mar tinha uns 6 pés, com tubos enormes , só eu e mais dois amigos dentro d’agua. Estava começando a ficar muito à vontade no pico e fui dropar uma da série, a rainha, só que a correnteza me levou muito para trás do pico e eu não percebi. Quando estava dropando, no meio do caminho, me dei conta de que ali não era o lugar certo para dropar. Olhei na minha frente e tinha uma pedra enorme toda fora d’agua, foi tão rápido que minha reação foi colocar dentro do tubo e andar o máximo que eu conseguisse lá dentro para não me esbarrar na pedra. Foi o que aconteceu, dei muita sorte e sai inteiro. Mas foi o maior susto que já tomei.
Sabemos que um dos grandes problemas do bodyboarding é a falta de dirigentes. Muitos falam em panela, outros em falta de competência, organização e valorização. Na sua opinião, o que falta para termos uma base sólida com bons eventos, boa premiação, estrutura e dirigentes competentes?
Na verdade, como em qualquer outro esporte temos dirigentes competentes e outros incompetentes. Acho que neste momento o que mais precisamos são de grandes produtores de eventos. Quando os eventos começarem a tomar uma proporção maior, tenho certeza de que vão aparecer cada vez mais investimentos e aí as instituições têm que estar preparadas para administrar juntos com os atletas e tornar o bodyboarding um esporte justo. Nós, atletas, também devemos fazer nossa parte e fundar uma associação para poder reivindicar algumas coisas que não concordamos e sugerir outras que são importantes para o crescimento, como acontece no surf.
Fale um pouco do filme que você está fazendo. Vem surpresa boa por aí? Muitos picos? Altas voadas?
Bem, realmente tive uma idéia de produzir um vídeo, tenho ótimas imagens e só não sei ainda qual vai ser a linha do filme e também não temos ainda data para lançamento. Mas alguma coisa boa vem por aí!
E 2008, quais são seus planos?
Meu plano em 2008 é focar 100% no mundial. O circuito está crescendo bastante e é provável que aconteça muito mais etapas que 2007.
Manda um recado para a galera que lhe admira muito aí, voador.
Gostaria de agradecer a todos que torcem por mim e pelos outros brasileiros no mundial. Sinto-me muito agradecido pelo carinho das pessoas que estão sempre acompanhando minha trajetória nas competições, me dando forças e mandando energias positivas, isso me motiva bastante! Obrigado!
E para os empresários...
Espero poder contar com apoio de vocês para os próximos anos!
Ficha técnica
Nome: Uri Valadão
Idade: 22 anos
Patrocinadores: Gênesis e Kpaloa
Tempo de bodyboarding: 11 anos
Principais resultados: Vice-campeão mundial 2007, Campeão pan-americano 2006, bicampeão latino-americano, tricampeão brasileiro pro, tetracampeão baiano pro.
Comida preferida: Churrasco
Música: Rappa
Hobby: Surfar e jogar tênis
Família: União
Ídolos: Tâmega, Roger Federer, Guga Kuerten, Ayrton Senna
Manobra preferida: Normal aéreo
Maior sonho: Campeão mundial
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