Pituba

Para a sorte de muitos pitubanos, o bairro tem boas ondas, mas, antagonicamente, muitos surfistas que moram no bairro nunca surfaram as suas melhores ondas. Já nos anos 70 e boa parte dos anos 80, o crowd era intenso e vários surfistas de renome iniciaram no surf nas bancadas da Pituba.

No bairro da Pituba, o que não faltam são bons picos. Do sentido sul / norte, podemos citar algumas bancadas que, mesmo sem nomes, têm boas condições com swell de sul / sudeste, sem vento e maré intermediária: são as bancadas que vão do pico do Ô-Tchê da Amaralina à Ilha (Pedra Redonda), mais precisamente as bancadas em frente à Perini.

Em frente à primeira sinaleira depois da Perini é possível ver o pico denominado de Ilha, uma forte e longa esquerda que começa a quebrar em cima de uma pedra conhecida pelos locais como Pedra Redonda.

Logo depois da Ilha, há uma bancada de direita conhecida como Biruta, que é rara, só funciona em momentos de ressaca de sul.

Um pouco mais adiante, em frente à próxima sinaleira, há a Baía, outro pico que só começa a funcionar quando está
"storm" em outros lugares e quando há uma condição especial na criação do banco de areia que se forma entre os meses de junho a agosto. É uma onda de no máximo 3 pés, mas com bastante força porque ela segue junto a uma correnteza que se forma. Apesar de a onda ser rara e de beira, é um dos locais mais frequentados quando funciona.

Alguns metros adiante está uma bancada bem no meio da Baía da Pituba que é conhecida como Havaí. Essa bancada é dividida por um inside chamado de Havaí 1, e no outside Havaí 2. Esses picos só começam a funcionar com ondas acima de 3 pés, mas aturam qualquer tamanho de ondulação porque há um fundo canal entre os picos e a Ilha.

Lá fora, uma esquerda super volumosa que quebra em cima de uma pedra submersa e abre por vários e vários metros.

Quase chegando à Praça Wilson Lins, antigo Clube Português, nota-se o surgimento de mais uma bancada conhecida como Canudos, uma onda pequena, mas que tem um tubo de esquerda bem definido quando há swell de bom tamanho e vento leste / nordeste, que são terral neste pico. É bom saber que essa bancada é infestada de ouriços e há algumas cabeças de pedras no percurso da onda.

Na mesma direção do Canudo, porém bem mais ao fundo, há o pico denominado de Pitubão, outra onda poderosa e que exige muito preparo e conhecimento. Uma esquerda longa, mas que não funciona com muita constância.

Chegando em frente ao Habib's da Pituba, não se pode deixar de notar um dos picos mais constantes da cidade: o Recanto. O pico ganhou este nome em homenagem a uma churrascaria que existia bem na quina do Parque do Jardim dos Namorados nos anos 70, e é exatamente nessa quina que há o melhor local para entrar no pico. O pico também é conhecido como Roda Viva (outra churrascaria no mesmo local que hoje tem o nome de Vilas), ou até Bico de Ferro, que é o nome oficial da praia por causa de uma carcaça de uma embarcação da Segunda Guerra encalhada nos corais.

O Recanto, como já foi dito, é um dos picos mais constantes da cidade, recebendo swell de todos os quadrantes. Uma onda forte e longa, preferencialmente para a direita. Mas atenção: não é fácil entrar e sair do mar, e o power das ondas pode deixar marcas inesquecíveis tanto positiva como negativamente.

Para a alegria de poucos locais, os surfistas passam de carro, avistam as boas ondas mas preferem surfar nos beach breaks mais adiante.

A praia do Jardim dos Namorados, conhecida como Cocô Beach, que já foi muito mais poluída, é um autêntico beach break de tombo, ou seja uma praia com o nível da areia bem alto que proporciona, na maré cheia, muito backwash, ou "pororoca". Quando o mar sobe de leste, o canto esquerdo perto da ponte proporciona uma longa e boa esquerda. Já com swell de sul, o melhor local é no canto oposto, com uma direita que roda escondida atrás da Churrascaria Vilas.

Por Guiga Matos




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